domingo, 4 de maio de 2008

Dengue e Borra de Café


Borra de Café:
Arma Contra a Dengue
Todo início de ano, junto com o verão, aumenta o número de mosquitos da espécie Aedes Aegypti e com eles, a quantidade de pessoas infectadas pela dengue. As chuvas recentes colaboram para o acúmulo de água parada e é aí que mora o perigo. As larvas se desenvolvem em locais de água parada, mesmo limpa. O Rio de Janeiro é um dos estados em que se detectou o maior número de pessoas infectadas pelo mosquito da dengue, mas este ano há uma novidade que pode reduzir muito o surto da doença.

Uma cientista paulista, a bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências da UNESP (campus de São José do Rio Preto), durante a pesquisa da sua dissertação de mestrado, descobriu que a borra de café produz um efeito que bloqueia a postura e o desenvolvimento dos ovos do Aedes Aegypti.

O processo é extremamente simples: O mosquito pode ser combatido colocando-se borra de café nos pratinhos de coleta de água dos vasos, no prato dos xaxins, dentro das folhas das bromélias, etc.

A borra de café, que é produzida todos os dias em praticamente todas as casas tem custo zero.

O único trabalho é o de colocá-la nas plantas, inclusive sendo jogada sobre o solo do jardim e quintal.

Os especialistas em saúde pública, entre eles médicos sanitaristas,estão saudando a descoberta de Alessandra, uma vez que, além da ameaça da Dengue 3, possível de acontecer devido às fortes enxurradas de final de ano, surge outra ameaça, proveniente do exterior: a da Dengue tipo 4.

Conforme explica a bióloga, 500 microgramas de cafeína da borra de café por mililitro de água bloqueia o desenvolvimento da larva no segundo de seus quatro estágios e reduz o tempo de vida dos mosquitos adultos.

Em seu estudo ela demonstrou que a cafeína da borra de café altera as enzimas esterases, responsáveis por processos fisiológicos fundamentais como o metabolismo hormonal e da reprodução, podendo ser essa a causa dos efeitos verificados sobre a larva e o inseto adulto.

A solução com cafeína pode ser feita com duas colheres de sopa de borra de café para cada meio copo de água, o que facilita o uso pela população de baixa renda e pode ser aplicada em pratos que ficam sob vasos com plantas, dentro de bromélias e sobre a terra dos vasos, jardins e hortas.

O mosquito se desenvolve até mesmo na película fina de água que às vezes se forma sobre a terra endurecida dos jardins e hortas, também na água dos ralos e de outros recipientes com água parada (pneus, garrafas, latas, caixas dágua etc.). "A borra não precisa ser diluída em água para ser usada", diz a bióloga.

Pode ser colocada diretamente nos recipientes, já que a água que escorre depois de regar as plantas vai diluí-la. Ou seja: ela recomenda que a borra de café passe a ser usada, também, como um adubo ecologicamente correto. Atualmente, o método mais usado no combate ao Aedes aegypti é o da aspersão dos inseticidas organofosforados, altamente tóxicos para homens, animais e plantas.

Fonte: Márcio Tavares- Técnico em Segurança do Trabalho
http://www.trtrio.gov.br/comunicacao/noticias/dengue.htm

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